“Roubo” é o primeiro projeto selecionado pelo o edital da piscina. A intervenção de Renato Atuati toma como ponto de partida o contexto do bairro, as arquiteturas de segurança e os dispositivos de vigilância. Nesse ambiente de constante ameaça o artista performa um roubo. O objeto desse furto, no entanto, é pouco usual. Ao contrário de levar objetos de valor, Renato leva a piscina, transformando a paisagem externa do auroras.
O cenário do jardim externo é marcado pela diferença dessa ação. Isto é, no lugar da piscina uma grama sintética entra em contraste com o restante da vegetação natural. Essa troca remete aos furtos que deixam algo no lugar do objeto roubado, como que para minimizar a diferença. A artificialidade e o sentimento de “fora de lugar”, no entanto, apenas reforçam a ação. Tudo que se encontrava abaixo é homogeneizado nesse tapete sintético.
Trata-se, portanto, não somente de um roubo de proporções gigantescas, pois isso resultaria tão apenas em um vazio das mesmas proporções. Mas somada a essa ação o artista propõe uma certa maquiagem ao roubo, algo que finge que o objeto nunca sequer esteve ali. Cria uma situação real, mas também hipotética e artificial.
O projeto é realizado com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, através do ProAC.