Débora Bolsoni • G.T. Pellizzi • Matheus Rocha Pitta
31 Agosto 2019 — 12 Outubro 2019
Débora Bolsoni - G.T. Pellizzi - Matheus Rocha Pitta
31 Agosto 2019 — 12 Outubro 2019

O auroras tem o prazer de apresentar projetos simultâneos de três artistas: Débora Bolsoni, G. T. Pellizzi e Matheus Rocha Pitta. Mais do que criar uma relação direta entre as obras, a exposição possibilita um espaço compartilhado onde trabalhos entram em contato sem a necessidade de mediação ou discurso conciliador entre elas. O que existe em comum entre as obras dos três artistas é a pesquisa com diferentes materialidades latentes ou a utilização de materiais cotidianos, que pouco tem a ver com o “insumo artístico”.

 Em continuidade à sua recente pesquisa, Matheus Rocha Pitta apresenta uma nova instalação que utiliza correntes, uma cadeira, “paus-de-selfie”, imagens e concreto. O atravessamento desses extensores do braço contemporâneo sustenta a cadeira, suspensa, em meio às correntes. A referência visual remete ao período ditatorial, agora atravessado por uma digitalização enrijecida onde o “apontar o dedo” está calcado nesse jogo de individualidades.

 Débora Bolsoni apresenta uma espécie de ‘mobile’ que pende do teto e, em suas extremidades, estão elementos que fazem parte de sua trajetória e que ela tem trabalhado como expurgos simbólicos. Além de um novo trabalho em tecido, uma grande escultura de ferro relaciona-se com a arquitetura da casa, suas dimensões e materiais.

 Já o artista mexicano residente em Nova York, G. T. Pellizzi, apresenta novos trabalhos com canos metálicos, livros, lâmpadas e tecidos, materiais recorrentes na produção do artista. A experiência do artista em filosofia e arquitetura transparece em seu uso de estruturas temporárias e instalações de luz que lembram uma tradição construtiva e ambientes urbanos, não apenas na relação física desses materiais, mas também nas ideias de obstrução e deslocamento.

Vistas da exposição
Fotografia: Ding Musa
Obras
G. T. Pellizzi
Constellation in Red (figure 13)
2019
lâmpadas e conduites
140 x 108 x 18cm
Débora Bolsoni
Sem título (Banglã)
2019
ferro, tecido e sapé
170 x 175 x 24cm
Débora Bolsoni
Móbile (presente não dado)
2019
materiais variados
200 x 100 x 100 cm
Débora Bolsoni
Máscara
2019
borracha, tinta sobre ferro galvanizado pintado
33 x 55 cm
G. T. Pellizzi
Financial Times (diagram 5)
2019
canos de aço e livros
112 x 240 x 128 cm
Matheus Rocha Pitta

Cadeira cativa
2019
cimento, papel, correntes, paus de selfie, cadeira e aço
278 cm (altura) 40 cm (diâmetro)
G. T. Pellizzi
Arquitectura Blanda (SP)
2019
39 cobertores de feltro
102 x 178 x 36 cm
Primeiro Toque de recolher
2019
cimento, papel, corrente metálica
30 x 30 x 1.5 cm
Sobre os artistas

Débora Bolsoni (Rio de Janeiro, 1975) é mestre em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes – USP (2014). Estudou na EAV Parque Lage no Rio de Janeiro (1991 a 1993) e na Saint Martin School of Art em Londres (1993). Leciona Práticas Artísticas Contemporâneas na Fundação Armando Álvares Penteado desde 2018. Trabalha principalmente com instalação, escultura e desenho. Sua prática, cheia de deslocamentos conceituais e materiais, pode ser comparada ao jogo infantil conhecido como “estátua” em que os jogadores devem parar em sua posição e tentar, ao mesmo tempo, avançar até chegarem ao alvo. Entre as últimas exposições estão as individuais “O inferno de boazinha”- Galeria Superfície (São Paulo, 2018); “Coffee and Alphabets” Galeria Bendana-pinel (Paris, 2018); “No name, but names” Lab Drawing (Paris, 2017); “Descaracter” Galeria de Jaqueline Martins (São Paulo, 2016); e as mostras coletivas “Novas aquisições ” na Pinacoteca de São Paulo (São Paulo, 2019); “The spear spike to point to nail the drip a drop the end of the tale” Ellen de Bruijne Projects Gallery (Amsterdã, 2016); “Condor Project” – The Sunday Painter Gallery (Londres, 2015); “Panoramas do Sul – 19º Festival de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil” – SESC Pompéia (São Paulo, 2015).

Matheus Rocha Pitta (Tiradentes, 1980) estudou História na UFF, Filosofia na UERJ (ambas no Rio de Janeiro) e trabalha com fotografia, escultura, vídeo e instalações. Ganhou o Prêmio Illy Sustain Art, Madrid (2008). Participou da 9ª Bienal de Taipei (2014) e da 29ª Bienal de São Paulo (2010). Seu trabalho faz parte de importantes coleções públicas, como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil e o Castelo de Rivoli, em Turim, na Itália. Exposições individuais recentes incluem Künstleraus Bethanien, Berlim (2017); Gluck 50, Milão (2015); Fondazione Morra Greco, Nápoles (2013); Pivô, São Paulo (2013); e Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2010). Participou da 9ª Bienal de Taipei (2014) e da 29ª Bienal de São Paulo (2010) e participou de exposições coletivas no Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2016); Matadero Madrid (2014); Museu de Arte Moderna, São Paulo (2014); Palais de Tokyo, Paris (2013); Krannert Art Museum, Illinois, EUA (2013); Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil (2011); e Institute d’Arte Contemporain, Lyon, França (2011).

G. T. Pellizzi (Tlayacapan, Mexico, 1978) estudou no St. Johns College, em Santa Fé, e na Chanin School of Architecture da Cooper Union. Ele esteve envolvido com vários coletivos de artistas e co-fundou a Bruce High Quality Foundation em 2001. Em 2016, Pelizzi foi premiado com a Inga Maren Otto Fellowship. Vive e trabalha em Nova York. Pellizzi mostrou no Jeu de Paume, Paris; Bienal do Museo del Barrio, Nova York; a Bienal das Américas, Denver; Kunsthalle Wien, Viena; Museu Whitney de Arte Americana, Nova York; MoMA PS1, cidade de Long Island; e Centro Georges Pompidou, Paris. Suas obras podem ser encontradas em inúmeras coleções públicas e privadas, como The Watermill Center, Water Mill, Nova York; Mana Contemporary, Jersey City; e o Museo Del Barrio, em Nova York.