O auroras tem o prazer de apresentar a individual de Melvin Edwards no Museu Afro Brasil, em São Paulo, de 20 de novembro a 31 de janeiro de 2021. A exposição mostra uma série de trabalhos produzidos pelo artista no Brasil no início de 2020. Além de grandes esculturas, podem ser vistas também instalações de arame farpado, Fragmentos Linchados e obras sobre papel. Em suas esculturas, ainda que formalmente abstratas, conseguimos reconhecer ferramentas agrícolas – memória de sua infância no sul dos Estados Unidos – e correntes que podem remeter, segundo o artista, aos elos de conexão entre as pessoas. As obras ocupam o espaço de maneira dinâmica, apoiando-se no chão ou penduradas no teto, com o tradicional alinhamento dos Fragmentos Linchados na segunda sala do auroras. Outro material simbólico usado desde o início dos anos 1970 é o arame farpado, com o qual Melvin executa seus “desenhos no espaço”. Essas obras criam novos campos dentro da arquitetura, onde coexistem abstração e a concretude das questões sociais que o material carrega. Essa exposição conta com uma ampliação do número de obras em relação as exibições anteriores, permitindo uma visualização de momentos diversos dos quase sessenta anos de trabalho e pesquisa do artista plástico. A mostra Melvin Edwards – o escultor da resistência também prestará homenagem a ex-esposa do artista, a poetisa Jayne Cortez, com a exibição de um de seus poemas e de faixas do disco Everywhere drums (1990).
Museu Afro Brasil
Melvin Edwards (Houston, Texas – 1937) é professor e artista plástico norte-americano que atua desde 1965, quando apresentou sua primeira exposicão individual no Museu de Arte de Santa Bárbara, na Califórnia. Formado pela University of Southern California, foi o primeiro artista afro-americano a realizar uma mostra individual no Whitney Museum of American Art (Nova York), em 1970.
Sua pesquisa a respeito da cultura visual do ‘terceiro mundo’ também o levou ao Marrocos, Brasil, China e Cuba a partir do recebimento do prêmio Guggenheim Foundation Fellowship, especificamente, o Fulbright Fellowship to Zimbabwe. Foi professor entre os anos de 1964 e 2002, chegando a ministrar aulas na Rutgers University, de 1972 a 2002, e na Connecticut University. Em 2014, recebeu o título de doutorado honorário do Massachusetts College of Art, em Boston.
Dentre as individuais, destacam-se Melvin Edwards: Fragmentos Linchados no Museu de Arte de São Paulo (São Paulo, 2018); Melvin Edwards: Five Decades no Columbus Museum of Art (2016) e no Nasher Sculpture Center (2015); Museu Afro-Brasil (São Paulo, 2008), Melvin Edwards Sculpture: A Thirty-Year Retrospective 1963 – 1993, uma retrospectiva itinerante no Nueuberger Museum of Art (1993), The Art Museum da Florida e no Hood Museum of Art (1994); Walker Art Center (Minneapolis, 1968).
Participou da 11ª Bienal do Mercosul, (Porto Alegre, 2018); Soul of a Nation: Art in the Age of Black Power, Tate Modern (London, 2017); All the World’s Futures, La Biennale di Venezia (Veneza, 2015); African-American Artists and Abstraction, Museo Nacional de Bellas Artes (Havana 2014); Now Dig This! Art and Black Los Angeles, 1960-1980, MoMA PS1 (Nova York, 2012); Valencia Biennial (Valencia, 2007); Ante America (Colombia, Venezuela, EUA, Costa Rica, 1992).
Sua obra está presente em importantes coleções ao redor do mundo como a do Metropolitan Museum of Art (Nova York); MoMA – Museum of Modern Art (Nova York); Los Angeles County Museum of Art (Los Angeles); Museu Afro-Brasil (São Paulo); Museum of Fine Arts (Houston); San Francisco Museum of Modern Art (San Francisco); Tate Modern (Londres); Whitney Museum of American Art (Nova York), entre outros.