Para o projeto especial de Maya Weishof para o auroras, a artista produziu uma grande pintura sobre a parede de uma das salas do espaço, onde também apresenta uma série de desenhos. Embora os desenhos sejam parte fundamental para o processo das pinturas da artista, as obras sobre papel também assumem uma autonomia, com interesses próprios. Como é próprio de suas composições, figuras vindas de todos os cantos ocupam um espaço ao mesmo tempo idílico e abarrotado.
O repertório de imagens, agrupamentos de personagens, expressões faciais e – não de menor importância – gestos, cores e traços, vêm de um arcabouço quase infinito e sempre crescente da própria história da arte. Essa estratégia, aliás, é comum à grande parte dos pintores figurativos (e não só eles) de todas as épocas. Mesmo quando é pouco visível as obras sempre carregam em si a tradição da história. No caso de Maya, o uso deliberado de imagens “salvas” na “mémoria” é explicito para compor um bacanal expressionista. Em “Primeiros Sóis”, os livros utilizados como referência foram selecionados a partir do acervo da biblioteca do auroras.