Dudi Maia Rosa + Anderson Borba
22 Junho - 31 Agosto 2024
Dudi Maia Rosa + Anderson Borba
22 Junho - 31 Agosto 2024

O auroras tem o orgulho de apresentar um diálogo entre as obras de Dudi Maia Rosa e Anderson Borba. No espaço principal, os artistas mostram um conjunto de trabalhos de parede, relevos e esculturas.

Ambos os artistas têm uma relação pictórica com o objeto. Pode-se argumentar por duas vias, que introjetam uma dimensão escultórica à pintura (talvez a via mais frequente de Dudi Maia Rosa) ou ainda que existe um interesse pelas qualidades de superfície – de cor e gesto – nas esculturas e relevos (aqui mais próximo de Anderson Borba). O fato é que, importando-se pouco com a categorização dessas obras, esses artistas produzem relações formais complexas entre esses gêneros históricos.

Um ponto divergente, talvez opostos, é a questão entre opacidade e transparência. Enquanto as madeiras (queimadas ou não) de Borba são evidentemente opacas, somando-se ainda os tratamentos de superfície com colagens e os talhos (que atestam essa carnalidade da matéria); as pinturas sobre resina de Maia Rosa jogam com a transparência do suporte. No entanto, é verdade que eles também exploram os lados opostos desse binômio: algumas esculturas de Borba criam volumes vazios que deixam o olhar atravessar e Maia Rosa adiciona a marca da tinta que bloqueia a translucidez da superfície.

A partir da singularidade de cada uma dessas obras que convivem no espaço, o público poderá estabelecer suas próprias relações entre essas formas vivas. Por fim, na biblioteca, os dois artistas de gerações distintas encontram-se ainda com a obra de Luisa Brandelli, que ocupa as duas salas de projetos da casa.

Vistas da exposição
Fotografias: Ding Musa
Obras:
Fotografias: Ding Musa
Anderson Borba
Cabeça lV, 2024
Madeira, tingidor de madeira e papel
173 x 15 x 15 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
192 x 137 x 5 cm
Anderson Borba
Figura alta (inquieta), 2024
Madeira, gesso, tingidor de madeira, goma laca e óleo de linhaça
201 x 20 x 16 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
195 x 101.5 x 4.5 cm
Anderson Borba
Cabeça fragmento, 2024
Madeira, tingidor de madeira, cera vegetal e pastel oleoso
153 x 38 x 18 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
190.5 x 95.5 x 5 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
190.5 x 95.5 x 5 cm
Anderson Borba
Cabeça ll (azul incinerado), 2024
Madeira, tingidor de madeira, cera vegetal e pastel oleoso
146 x 36 x 36 cm
Anderson Borba
Cabeça V (think pink!), 2024
Madeira, tingidor de madeira, cera vegetal e pastel oleoso
160 x 15 x 15 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
193.5 x 87.5 x 5 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2016/2024
Resina poliéster pigmentada, esmalte sintético, latão, elastrômetro e epóxi
7,9 x 89,5 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 1992
Resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
26 x 23 cm
Anderson Borba
Fóssil circular, 2024
Madeira
24 x 44 x 8 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
196.5 x 96.5 x 6 cm
Anderson Borba
Torso II, 2024
Madeira
125 x 33 x 40 cm
Anderson Borba
Torso (manso & feroz), 2024
Madeira
127 x 32 x 17 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
196.5 x102.5 x 5 cm
Anderson Borba
Cabeça lll (deitada e pelada), 2024
Madeira, tingidor de madeira, cera vegetal e pastel oleoso
50 x 115 x 46 cm
Anderson Borba
Panorama, 2024
Madeira, papel e goma laca
150 x 233 x 7 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster, aquarela e pigmento mineral sobre fibra de vidro
28 x 25 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster, aquarela e pigmento mineral sobre fibra de vidro
28.8 x 21 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster, aquarela e pigmento mineral sobre fibra de vidro
29.3 x 20.3 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster, aquarela e pigmento mineral sobre fibra de vidro
28.7 x 20.2 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Resina poliéster, aquarela e pigmento mineral sobre fibra de vidro
28.5 x 23.5 cm
Dudi Maia Rosa
Sem título, 2024
Vidro, resina poliéster, aquarela, resina poliéster pigmentada e fibra de vidro
33 x 18.6 cm
sobre os artistas

Anderson Borba (Santos, 1972) é um artista brasileiro radicado em Londres há mais de duas décadas, onde concluiu seu mestrado em escultura na Slade School of Art. Suas exposições individuais incluem I’ve seen one of these, Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo, Brasil (2022); The End Begins at the Leaf — Anderson Borba & Antonio Tarsis, BeAdvisors Art, Londres, UK (2021); Anderson Borba & Alex Canonico, Kupfer Gallery, Londres, UK (2021) e Ride the Worm, Set Gallery, Londres, UK (2018). Participou também das coletivas Nunca só essa mente, nunca só esse mundo, Carpintaria, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Comporta 2023, Fortes D’Aloia & Gabriel + kurimanzutto, Comporta, Portugal (2023); Para-raios para energias confusas, Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo, Brasil (2023); Eccentric spaces, The Artist Room, London, UK; I Could Eat You, Clearing + Fortes D’Aloia & Gabriel + Madragoa, Casa de Cultura da Comporta, Comporta, Portugal (2022); e Tragédia!, Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo, Brasil (2022).

Dudi Maia Rosa (São Paulo, 1946) estudou na FAAP e posteriormente frequenta o ateliê de Wesley Duke Lee. Depois de um breve período na Inglaterra, em 1972 o artista retorna ao Brasil e frequenta a Escola Brasil, incialmente como aluno, depois como professor. Dudi Maia Rosa apresentou sua primeira exposição individual no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo, SP, em 1978. Desde então, realizou diversas exposições individuais em importantes espaços dentre os quais no Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, SP (2022); Millan, São Paulo, SP (1993, 2009, 2012, 2016, 2022); Centro Cultural Maria Antônia, São Paulo, SP (2002, 2013); Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, SP (2013 e 2022); Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP (2008); Centro Cultural São Paulo (1998).

Dentre as coletivas destacam-se: Pinacoteca: acervo, Pinacoteca de São Paulo, SP (2020); Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, Santander Cultural, Porto Alegre, RS e Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, Oca, São Paulo, SP (2017); Pequenas Pinturas, auroras, São Paulo, SP (2016); Uma coleção particular – arte contemporânea no acervo da Pinacoteca, Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (2015); 10ª Bienal do Mercosul – Mensagens de Uma Nova América, Porto Alegre, RS (2015); Brasiliana: Moderna Contemporânea, Museu de Arte de São Paulo, SP (2006); 5ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS (2005); Mostra do Redescobrimento: Brasil 500 Anos, Pavilhão da Bienal de São Paulo, SP (2000); Bienal de Johanesburgo, África do Sul (1995); Bienal Internacional de São Paulo (1987, 1994) e Panorama da Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP (1973, 1986, 1989, 1993).