Cabelo
16 de Outubro — 19 de Fevereiro 2022
Cabelo
Aurora Incorpora Cobra Coral
16 de Outubro — 19 de Fevereiro 2022

A voz d’ Aurora canta luz com trevas

Aurora incorpora cobra coral
O som da chuva que cai lá fora
E a força do raio que chega com o temporal

O auroras tem o prazer de receber a exposição do poeta, músico e artista visual Cabelo. Sua obra pulsante incorpora o espaço, ressoando a concepção de Lygia Clark – “a casa é o corpo” – e trazendo um conjunto heterogêneo de referências que convivem: desde figuras de religiões de matrizes africanas até cosmologias dos povos originários desta terra. Dentro de sua mitologia própria que é materializada nesse grande projeto que consiste “Luz com Trevas”, a exposição traz novas pinturas, desenhos, monotipias, esculturas, neons, instalações e vídeos em um ambiente camuflado pelas padronagens características do artista.

Nessa profusão de associações, rápidas e cruas, Cabelo aproxima o atabaque com o Buda, em uma fluidez das obras que passam a ser um todo numa “rebelião sem trégua”. Essa dimensão expansiva e explosiva – como os ovos-bomba – quebra as barreiras para aproximar orixás e xamãs, numa convocação à união dos povos por liberdade e direitos.

Cabelo também promove um ambiente erótico, no sentido em que as coisas são postas em movimento em uma celebração transgressora dos limites individuais, fundindo objetos e copulando formas.
Esse diálogo com a produção do artista ocupa diferentes ambientes do auroras e essa EXUberancia é incorporadas ao espaço que abriga e torna-se também personagem nessa exposição realizada em parceria com galerias Bergamin & Gomide e A Gentil Carioca.

Se a poesia é um dos pontos de partida para o artista, na mostra, todas as linguagens se misturam para criar um ambiente onde confluem diversas ancestralidades.

Aqui a Casa é o Corpo, o Cavalo que Incorpora Cobra Coral, Cavalo do Cavalo!

Vistas da exposição
Fotografia: Ding Musa
Obras
Sem título, 2020
Óleo sobre tela
170 x 280 x 4 cm (políptico)
Sem título, s.d.
Pedra sabão
3 x 34 x 38 cm
Digi Irin (Espelho de Ferro), 2021
Ferro fundido
46 x 46 x 10.5 cm
Encruzilhada, 2021
Ferro fundido
73 x 40 x 23 cm
Sem título, 2018
Marcador permanente sobre couro cru
104 x 227 cm
Sem título (Raio), 2012
Neon sobre tecido
240 x 130 cm
Sem título, 2012
Neon e tapete
190 x 67 cm
Sem título, 2020
Pastel seco sobre papel preto
33 x 44 cm
Sem título, 2021
Atabaque, tecido, vaso, espada de São Jorge
214 x 50 x 50 cm
Sem título, 2015
Cabeça de Buda, terra, húmus de minhoca e espadas de Santa Bárbara sobre atabaque, tecido e skate
40 x 35 x 80 cm
Sem título, 2021
Matriz de xilogravura em madeira Cedro Rosa
84 x 60 x 6 cm
Sem título, 2021
Matriz de xilogravura em madeira Cedro Rosa
84 x 60 x 6 cm
Sem título, 2020
Pastel seco sobre papel preto
44 x 33 cm
Sem título, 2020
Óleo sobre papel kraft
102 x 72 x 3.5 cm
Sem título, 2021
Óleo sobre linho
50 x 38.5 x 3
Sem título (da série Visões Serpentinas)
Fotolitografia em linho
115 x 78 cm
Sem título, s/d
Pedra sabão
30 x 47 x 25 cm
Sem título, 2006
Pedra sabão
65 x 97 x 49 cm
Sem título, 2007
Bronze e bastão a óleo
42 x 24 x 20 (cada)
Sobre o artista

Cabelo (Cachoeiro de Itapemirim, 1967) artista brasileiro, vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Cabelo é poeta, músico e artista plástico. Considera seus desenhos, pinturas, esculturas, canções, performances, vídeos e instaurações, como manifestações da poesia. Segundo Luiz Camillo Osorio, “essas várias linhas de força de sua poética têm como foco um acontecimento expressivo sempre marcado pela presença contundente do corpo”. A obra acontece tanto num museu quanto na rua. Atualmente segue com o projeto Luz com Trevas: uma exposição, um show e um disco, que se misturam formando uma só obra.

Em 2019 foi um dos finalistas do Prêmio Pipa, e realizou sua exposição na Villa Aymoré, além de participar das exposições coletivas “Da linha, o fio”, no Espaço Cultural BNDES, Rio de Janeiro, no Festival Multiplicidade 2019: Brasis, Centro Cultural Oi Futuro e participou da coletiva “O que não é floresta é prisão política” na Ocupação 9 de Julho do Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), São Paulo. No ano de 2018 exibiu a individual “Luz com Trevas” no Espaço Cultural BNDES, Rio de Janeiro e participou da 33a Bienal Internacional de São Paulo pela segunda vez. Em 2017, participou de “Alucinações à Beira Mar”, no MAM Rio de Janeiro e da exposição “Art of the Treasure Hunt: The Grand Tour” na Toscana, Itália. Em 2015, fez a individual “Obrigado volte sempre” na galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro. Teve suas obras expostas em exposições individuais, entre as quais se destacam: “Da Banalidade”, Instituto Tomie Ohtake, SP (2016), “Humúsica”, no MAM-Rio(2012), “Mianmar Miroir (The Corridor), no Art Positions na Art Basel Miami (2006); “Imediações de Monte Basura”, no Centre D’art Santa Monica, Barcelona (2005). Entre as exposições coletivas destacam-se: Bienal do Mercosul 2009, Porto Alegre, “De Perto, De Longe”, Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo (2008); 26a Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo (2004); “How Latitudes Become Forms: Art in a Global Age”, Walker Art Center , Minneapolis, EUA ; “Violência e Paixão”, MAM Rio (2003); “Cote à Cote – Art Contemporain du Brésil”, CAPC Musée d’Art Contemporain, França (2001); “Cefalópode Heptópode”, X Documenta de Kassel, Museum Fridericianum, Kassel, Alemanha (1997). Em 1996 recebeu o Prêmio Antarctica Artes com a Folha e o Prêmio IBEU de Artes Plásticas.

As obras de Cabelo fazem parte das coleções Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM RJ, Instituto Pipa, Acervo Banco Itaú S.A, João Sattamini – Museu de Arte Contemporânea de Niterói.